quarta-feira, 12 de maio de 2010

Por um rock mais delinquente.

Howdy, faz pouco tempo não? Nem vem muitas pessoas aqui ler, mas eu gosto de escrever aqui do mesmo jeito, e vou tentar manter os posts mais frequentes, e também vou parar de falar de assuntos pessados porque dá trabalho porque não vou mudar nada anyway.

Vamos voltar a falar de música, mas antes vamos deixar uma coisa bem clara aqui:
Eu não sou um cara exatamente eclético, apesar de gostar de blues, folk, jazz, música folclórica irlandesa e dos países norte europeus, j-rock, punk, rockabilly, metal, ska, grunge e indie. Se forem perceber, a maior parte do que eu disse é rock.

Bom, let's go: Eu AMO rock, o rock é mais ou menos 80% da minha vida, as letras, as melodias, os instrumentos, significam muito pra mim, eu realmente me preocupo em conhecer a história, em entender os conceitos por trás das composições, a biografia das bandas... E de uns tempos pra cá, tem havido uma tendência do rock, algo que não pode acontecer: O rock tem sido domesticado!
As novas bandinhas não têm intuito, não têm revolta; e não digo só essas coisas ridículas que se chamam de rock, como restart e fresno, até mesmo boas bandas de indie não tem revolta.
O rock sempre foi marcado por ser um estilo transgressor, Elvis chegou a ser filmado apenas da cintura pra cima por causa da sua dança característica, o The Doors foi proibido de tocar no Ed Sullivan Show depois de uma apresentação lá, as bandas de metal sofreram constantes manifestações de repúdio da sociedade moralista. E cada movimento "anti-rock" apenas fazia o rock voltar com mais força; o Black Sabbath foi duramente criticado, e acabaram por surgir Judas Priest, Iron Maiden, Diamond Head e tantos outros, interessados em transgredir, em se rebelar, em nadar contra a maré...
Mas isso foi diminuindo, ao ponto de hoje em dia as bandas serem aceitas pela mídia que um dia as criticou, o rock não é isso, o rock é o grito de liberdade da juventude, o último marginal indomado.
Eu sei dos interesses econômicos que envolvem toda essa transformação, mas eu não gosto dela, faltam bandas que tenham raiva, que tenham rebeldia, que tenham algo a dizer pra essa sociedade que nos domestica de maneira tão implacável.

E esse é outro problema das bandas atuais, falta uma mensagem a passar, não sou ingênuo de achar que os milhares de grandes músicos estavam na música só pra serem os estandartes das insatisfações da juventude, eles também queriam ganhar dinheiro, mas a diferença era a idéia que se tinha disso, antigamente era: "Vamos tocar isso, porque nós gostamos, e se nos pagarem ótimo!", hoje em dia é: "Vamos tocar isso porque nos pagam e se nós gostarmos ótimo!". Essa mentalidade a meu ver é extremamente errada, eu sou um romântico incorrigível nesse ponto, em relação ao futebol e à música, eu tenho a forte crença de que o talento e a qualidade devem vir antes do dinheiro. Que o diga Steve Harris(baixista e fundador do Iron Maiden), que nos primórdios da carreira ouviu de um produtor: "Vocês são muito bons! Se cortarem os cabelos e fizerem um som mais punk, terão um contrato.", ao que o produtor ouviu um sonoro: "Foda-se! Nós tocamos metal."

Não há mais essa atitude hoje em dia, apesar de motivos não faltarem, as bandas não ligam pra transgressão, em sua maioria, e as que ligam acabam fatalmente sem ter o espaço merecido justamente por isso.

When it comes to música, eu acho que se deve fazer o que se acredita, o que se gosta, e investir nisso, e não na chance de ganhar porrilhões de dinheiro.

A pior parte disso, é que os medalhões, aqueles que se mantiveram fiel a essa rebeldia, têm sucumbido ao julgo do tempo, e não irão continuar conosco por muito tempo; dentro em breve faltarão músicas que nos façam pensar e bandas que tenham conteúdo a oferecer...

Deixo aqui esse manifesto, esse desabafo, por um rock mais delinquente.
I love it loud. o/

Um comentário:

Douglas Gallagher disse...

Infelizmente a música em si foi algo que não evoluiu com o passar dos tempos. Eu tenho um grande repúdio do cenário musical nacional, não existe solos de guitarras, letras pensantes,nem mesmo atitudes.

Legião Urbana foi contratada para tocar no Hollywood Rock, quando Renato Russo soube que tocaria e de fundo estaria a bandeira dos E.U.A se recusou de tocar no evento e ainda soltou uma pérola: "Para isso existe o Capital Inicial".

Leonel bom ve-lo de novo na ativa brogando como nos velhos tempos...

E você precisa ir num show da Ensaios...huahauhah